Publicado originalmente pela Caminho em 1977, o livro foi posteriormente incluído na antologia Poesia Reunida (Dom Quixote, 2009), que colige toda a obra poética da autora. Escrito com a lembrança ainda quente do 25 de abril de 1974, trata-se de um testemunho vivo e penetrante da repressão e discriminação a que foram submetidas as mulheres em Portugal, antes e depois da Revolução dos Cravos, advogando, já na altura, a igualdade de sexos e o empoderamento feminino, o que confere ao livro uma grande atualidade.

Maria Teresa Horta (1937-2025) foi escritora e jornalista, tendo-se distinguido como defensora dos direitos das mulheres e da liberdade, numa altura em que nem sempre era fácil assumi-lo. Tal atributo, aliás, valeu-lhe a inclusão, em 2024, na lista da BBC que destaca anualmente as “100 mulheres mais influentes e inspiradoras de todo o mundo”.
 

Nascida em Lisboa, onde frequentou a Faculdade de Letras, estreou-se na poesia em 1960, com Espelho Inicial. No ano seguinte participou com Tatuagem em Poesia 61, e tem a sua obra poética coligida em Poesia Reunida (2009). Publicou, posteriormente, Poemas para Leonor (2012), A Dama e o Unicórnio (2013), Anunciações (2016), Poesis (2017), Estranhezas (2018) e a antologia pessoal Eu Sou a Minha Poesia (2019).

Na ficção, é autora de Ambas as Mãos sobre o Corpo (1970), Ana (1974), Ema (1984), Cristina (1985), A Paixão segundo Constança H. (1994) e As Luzes de Leonor (2011), romance sobre a Marquesa de Alorna distinguido com o Prémio D. Diniz, da Fundação da Casa de Mateus.

Em 2014 editou o volume de contos Meninas e, em 2019, Quotidiano Instável, livro que reúne as crónicas de carácter ficcional publicadas no suplemento «Literatura & Arte» do jornal A Capital, entre 1968 e 1972.

Os seus livros estão publicados no Brasil, França, Itália e, agora, Catalunha.

Paixão, lançado em 2021, é o seu último livro.